Banco Central do Brasil avalia que a estabilidade do sistema financeiro nacional está fora de risco

Banco Central do Brasil avalia que a estabilidade do sistema financeiro nacional está fora de risco

A afirmativa de estabilidade positiva vem do Relatório de Estabilidade Financeira (REF), publicação semestral do Banco Central do Brasil (BC) que apresentou em novembro o panorama da evolução recente e as perspectivas para a estabilidade financeira do país, com foco nos principais riscos e na resiliência do Sistema Financeiro Nacional (SFN), incluindo a visão do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) sobre a política e as medidas para preservação da estabilidade financeira.

O Banco Central do Brasil define estabilidade financeira como a “manutenção, ao longo do tempo e em qualquer cenário econômico, do regular funcionamento do sistema de intermediação financeira entre famílias, empresas e governo”.

O artigo publicado pela CNN sobre o assunto aponta que os investimentos no mercado financeiro cresceram no primeiro semestre de 2022, sendo o segundo semestre consecutivo em que isso ocorre no país, com o aumento caracterizado por maior procura por ativos mais rentáveis e com prazos mais longos. 

Ainda na matéria, é citado que em termos absolutos, o destaque de crescimento foi para a carteira de depósitos a prazo. Em termos relativos, a evolução das carteiras de Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) foi de 38%, a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) teve alta de 25%, e a Letra Financeira (LF) registrou crescimento de 28%.

Na direção inversa, as cadernetas de poupança registraram queda de 2% no saldo, mantendo a mesma tendência do segundo semestre de 2021 devido a perda de competitividade da poupança em relação aos outros tipos de investimento.

Sobre a estabilidade financeira do país estar fora de risco, segundo o BC, “testes de estresse de capital” demonstram que o sistema bancário possui resiliência para a atual conjuntura econômica e política.

Confira outros destaques do relatório do BC:

Crédito

Crédito às micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) seguiu crescendo forte, com empresas de maior porte acessando principalmente o mercado de capitais, mas, também, voltando a incrementar operações com o sistema bancário. Já o crédito bancário para pessoas físicas (PFs) manteve o alto ritmo de crescimento, sobretudo no crédito não consignado e no cartão de crédito.

Resiliência

SFN mantém provisões apropriadas ao nível de perdas esperadas, além de capitalização e liquidez confortáveis. Como já citado, resultados dos testes de estresse seguem indicando que o sistema bancário é capaz de absorver todos os choques simulados, tanto no capital quanto na liquidez.

Riscos

O apetite ao risco das IFs seguiu elevado no crédito para microempresas e famílias. A materialização de risco aumentou em razão de concessões mais arriscadas em trimestres anteriores e da deterioração da capacidade de pagamento das famílias.

O relatório afirma ainda que a capacidade de pagamento dos tomadores de crédito piorou, mesmo diante da recuperação econômica e do aumento do emprego, pois a renda das famílias está cada vez mais comprometida com dívidas mais onerosas, como cartão de crédito e crédito não consignado.

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