Como mudar a cultura de inadimplência entre as empresas no Brasil?

Atualmente, o cenário da inadimplência no setor B2B (entre empresas) no Brasil é preocupante. Em 2023, dados de organizações do setor financeiro e de crédito apontaram que chegamos a altos níveis: segundo a Serasa Experian, por exemplo, em 2023 a inadimplência entre empresas atingiu 5,5 milhões de casos, representando um aumento de 15,1% em relação ao ano anterior. 

A inadimplência B2B afeta diretamente a saúde financeira de toda a cadeia produtiva, pois quando uma empresa não consegue receber seus créditos, tem sua própria capacidade de pagamento a outros fornecedores comprometida, gerando um círculo vicioso e perigoso. Ou seja, quando uma empresa não honra seus compromissos financeiros, todo o mercado tem sua liquidez reduzida, inclusive afetando a confiança de agentes econômicos.  

Estima-se que a inadimplência B2B gere perdas de até R$ 300 bilhões por ano para a economia brasileira e os setores mais afetados são o de comércio, serviços e construção civil, além das empresas menores e mais dependentes de crédito de todos os setores, que são as mais vulneráveis. 

Também se observa que os impactos da pandemia de COVID-19 perduram, agravando ainda mais a situação, com o fechamento de muitos negócios e a redução do fluxo de caixa das empresas, o que levou a um aumento expressivo nos índices de inadimplência B2B no país nos últimos anos. 

Cultura da inadimplência no Brasil.

A cultura de inadimplência no Brasil é um fenômeno complexo com raízes em diversos fatores históricos, econômicos e sociais, como a desigualdade social que faz com que muitas pessoas tenham dificuldade real em arcar com suas dívidas (promovendo uma percepção de que ficar inadimplente é “normal” ou aceitável), pela falta de educação financeira, pela facilidade de acesso ao crédito e por um comportamento característico de “esperteza e malandragem”, que faz com que exista uma mentalidade de que é aceitável burlar regras e não cumprir com obrigações, desde que não haja consequências graves.  

Esta tolerância social faz com que não pagar dívidas seja visto com certa normalidade ou até mesmo como uma forma de “resistência” contra empresas e instituições. 

É um cenário que evidencia a necessidade cada vez mais urgente de adoção de medidas efetivas para mudar esta cultura, inclusive no setor empresarial. Para isso, algumas medidas podem ser eficazes: 

  • Centrais de informação de crédito 

Criar centrais de informações de crédito mais robustas e abrangentes, com dados atualizados sobre o histórico de pagamento das empresas, relatório de saúde financeira, existência de protestos e situação cadastral, entre outras, ajudaria as empresas a avaliarem melhor o risco de inadimplência antes de conceder crédito. 

Essas centrais poderiam ser geridas pelo governo ou por entidades privadas, como a solução Custom Credit Analysis da fintech HoldBrasil. 

  • Mudanças na legislação 

Aprimorar a legislação sobre recuperação judicial e falências, tornando o processo mais ágil e eficiente pode ajudar a criar mecanismos legais que reforcem o cumprimento de contratos e o pagamento de dívidas entre empresas, evitando que se mantenham em situação de inadimplência por longos períodos, prolongando o prejuízo para seus credores. 

É uma medida que daria mais segurança jurídica aos credores e desestimularia a inadimplência. 

  • Incentivos à renegociação 

Desenvolver programas que incentivem a renegociação de dívidas entre empresas, com condições favoráveis, pode ajudar a manter a atividade econômica. Isso poderia incluir a redução de juros, o parcelamento em prazos maiores ou a concessão de descontos para pagamento à vista. 

Esses incentivos ajudariam a preservar as relações comerciais e a cadeia produtiva, enquanto o governo poderia oferecer incentivos fiscais ou linhas de crédito especiais para empresas que renegociarem suas dívidas de forma responsável. 

  • Governança corporativa 

 Estimular as empresas a adotarem melhores práticas de governança corporativa, que inclui a transparência nas informações financeiras, a profissionalização da gestão e a adoção de códigos de conduta, entre outras, ajuda a reduzir os riscos de fraudes, erros e más práticas que podem levar à inadimplência. 

 Governo e entidades empresariais poderiam oferecer orientações e programas de capacitação nessa área. 

  • Campanhas de conscientização 

Promover campanhas educativas e de conscientização sobre a importância do pagamento pontual de dívidas entre empresas pode ajudar a mudar a mentalidade e a cultura do setor.  

Isso pode envolver a veiculação de anúncios, a realização de eventos e a distribuição de materiais informativos. O objetivo é ressaltar os benefícios do cumprimento de obrigações financeiras e essas campanhas poderiam ser lideradas por associações empresariais, em conjunto com o governo e instituições financeiras. 

Essas medidas são apenas alguns passos que podem ser adotados para apoiar um movimento voltado à redução da inadimplência no setor B2B, promovendo um ambiente de negócios mais saudável no Brasil. 

A HoldBrasil, também trabalhando por um melhor desempenho no setor, oferece soluções contra a inadimplência que incluem medidas preventivas, contenciosas amigáveis e jurídicas, por meio de metodologia inovadora, onde a mais alta tecnologia apoia profissionais competentes para um atendimento verdadeiramente humanizado, que coloca a excelência da experiência do cliente como um fator importante para uma recuperação de crédito mais assertiva, rápida e que não prejudique a imagem institucional das empresas credoras por ser uma abordagem sempre respeitosa e ética. 

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