Entenda os tipos de juros de forma simples

Juros é um assunto importantíssimo para a economia e que tem abalado o orçamento dos brasileiros, quer sejam pessoas físicas ou jurídicas. Muito ouvimos sobre eles, especialmente nos últimos meses, mas ainda há dúvidas sobre o que, de fato, significam. 

Os juros são o percentual recebido, em forma de remuneração, por quem “empresta” dinheiro. Já a chamada taxa de juros é a relação entre o valor concedido, o período e o risco do crédito. Ou seja, é a compensação pelo tempo que o dinheiro foi disponibilizado.

Veja como o Banco Central explica cada um dos conceitos por meio de fórmula:

JUROS = M (MONTANTE EMPRESTADO ACRESCIDO DE JUROS) – C (CAPITAL ORIGINALMENTE EMPRESTADO)

TAXA DE JUROS = [JUROS / CAPITAL] X 100

No Brasil, quem concede o crédito tem liberdade para decidir a taxa que será aplicada e as instituições usam critérios como histórico e capacidade de pagamento do cliente nesta decisão. Para informações gerais, o portal do Banco Central do Brasil tem uma seção de estatísticas de taxa de juros de diversas modalidades de crédito para consulta, que você pode acessar aqui

Os juros aplicam-se a operações como crédito pessoal, capital de giro e aquisições de bens, onde as instituições têm liberdade para definição das taxas, como dito acima. Já para recursos direcionados como crédito rural, imobiliário e com recursos do BNDES, as taxas estão sujeitas a limites específicos. O crédito consignado concedido a beneficiários do INSS também têm limites de acordo com as normas do Instituto Nacional de Seguridade Social.

Tipos de Juros.

Conhecer os tipos de juros é importante para a tomada de decisões em diversos momentos:

JUROS SIMPLES

Os juros simples são a categoria mais popular, porém é incomum no setor financeiro. Nesse tipo os juros são aplicados apenas no valor inicial, são negociados com antecedência e não mudam com o passar do tempo.

JUROS COMPOSTOS

Conhecido também como “juros sobre juros”, diferente do anterior, ele se caracteriza pela soma ser aplicada tanto no valor inicial quanto sobre os juros dos meses anteriores. É uma forma comumente aplicada no setor financeiro e é visto por muitos clientes como o responsável pelo endividamento, pois o débito aumenta a cada mês. 

Ele continua agindo durante todo o período do “crédito” e é mais aplicado em investimentos e empréstimos, como no cheque especial, por exemplo. No caso de investimentos é uma taxa que pode ser considerada positiva, pois traz mais lucratividade.

JUROS MORATÓRIOS

Também conhecido como juros de mora, são os que são aplicados quando o valor não é pago dentro do prazo, ou seja, é uma indenização adicional sobre atrasos no pagamento.

Eles incidem sobre o valor do período em atraso, sendo calculado sobre a quantia em aberto e normalmente em formato de cobrança diária. Por isso, quanto antes cobrir o atraso, menor será o prejuízo.

JUROS NOMINAIS

Comum nos financiamentos, ele é calculado levando em consideração a inflação do momento, ou seja, são relativos às correções monetárias sobre o valor contratado.

Em investimentos e aplicações financeiras possuem a função de representar quanto uma aplicação rende, de forma bruta, com as correções monetárias e os rendimentos relativos à inflação atual.

JUROS REAIS

Pode ser caracterizado como o oposto dos juros nominais, pois não incluem correção monetária e inflação no seu cálculo. No caso de investimentos e aplicações, ao não considerar a correção monetária e a inflação atual, o investidor tem uma avaliação mais concreta de seus recebimentos.

JUROS ROTATIVOS

É bastante popular, por se tratar de uma cobrança relacionada ao uso do cartão de crédito (ou financiamento). Costuma trazer complicações financeiras se não evitado, pois é uma das taxas mais altas do mercado.

No cartão, ele acontece quando o valor da fatura não é pago ou quando é pago apenas parcialmente. Esse débito passa então para a fatura seguinte com os juros rotativos aplicados e soma-se à parcela do mês, causando o temido efeito bola de neve.

JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO

São juros presentes no setor corporativo, calculado com base no lucro obtido pela empresa e que geralmente é distribuído, pelo menos em parte, a seus acionistas.

As taxas de juros fazem parte do nosso dia a dia, nos empréstimos e financiamentos, no cartão de crédito ou cheque especial, além de afetar o preço das coisas que consumimos.

Também estão diretamente ligadas a investimentos e aplicações financeiras e podem ser determinantes para uma rentabilidade positiva ou negativa e neste caso conhecimento, informações e pensamento estratégico são essenciais.

Taxas de juros e relação com investimentos.

São extremamente importantes para quem investe, pois as taxas de juros influenciam diretamente nos resultados financeiros das aplicações e não existe uma única melhor taxa para se investir, uma vez que isso vai variar de acordo com o ativo.

Os investimentos de renda fixa, por exemplo, de certa forma, são um empréstimo do investidor para instituições financeiras ou empresas: quando o valor é investido para um banco financiar suas operações, chamamos de CDB (Certificado de Depósito Bancário); quando o banco financia o agronegócio ou o setor imobiliário, chamamos de LCA ou LCI (Letra de Crédito do Agronegócio e Letra de Crédito Imobiliária). No final do prazo combinado, o investidor receberá de volta o capital investido mais os juros combinados, com o abatimento do Imposto de Renda (somente sobre os rendimentos).

Nessas operações, o investidor poderá escolher qual tipo de taxa melhor atende aos seus objetivos. Veja quais são as três principais que devem ser observadas:

JUROS PREFIXADOS

Encontrados em investimentos de renda fixa como títulos do Tesouro Direto, CDBs, CRIs e CRAs, nesse modelo o investidor sabe antes de aplicar quanto receberá após o prazo, calculado por um juros pré-estabelecido e sem alteração no período. 

JUROS PÓS-FIXADOS

Nesse modelo, a rentabilidade do investimento fica condicionada à variação das taxas de juros e inflação. Embora o investidor não saiba ao certo o retorno, é possível ter um parâmetro, pois a rentabilidade varia de acordo com o indexador pré-definido. É encontrado no Tesouro Selic e no Tesouro IPCA, além dos LCIs e LCAs.

JUROS HÍBRIDOS

Como o nome sugere, são uma mistura dos prefixados e pós-fixados, com uma rentabilidade fixa e outra variável. É uma estratégia aplicada por quem quer se proteger da variação da inflação, mas ter lucro nas aplicações.

Com os juros altos da atualidade, a pergunta comum é: qual é o melhor investimento, hoje? E, infelizmente, não há resposta com uma fórmula mágica, pois sempre irá depender de uma série de fatores econômicos, políticos e de características do próprio investidor no cenário atual e em projeções futuras. 

Porém, historicamente e teoricamente, quando temos taxas altas de juros, os de renda fixa apresentam menor vulnerabilidade e, portanto, menos riscos.

Taxa Selic 

Selic é a taxa básica de juros do Brasil, definida pelo Banco Central na reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária) que acontece a cada 45 dias. Ela é usada tanto no mercado nacional quanto internacional, para o financiamento de operações de um dia e tem como garantia os títulos públicos federais.

Ela também margeia a compra e venda de títulos do Tesouro Nacional, é um dos principais indicadores em renda fixa e é com base na Selic que os bancos definem os juros que praticarão no mercado, influenciando todas as outras taxas como as de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras, além de ser usada como instrumento político pelo Banco Central para controlar a inflação: para reduzir a inflação, a taxa Selic aumenta, tornando o dinheiro mais “caro”. 

Ou seja, a taxa Selic diz quanto o governo paga de juros para as instituições financeiras que compram títulos públicos do Tesouro Nacional.

Os juros altos, junto à inflação, são fatores que favorecem o aumento da inadimplência e devemos seguir com atenção o seu comportamento, pois, além de poder também prejudicar a rentabilidade de investimentos, afetam o poder de aquisição dos consumidores e sua capacidade de sanar dívidas, impactando o mercado em escala.

E a HoldBrasil segue atenta aos indicadores do país e do mundo, ao cenário político-econômico, às tendências em tecnologia e inovação para desenvolver sempre soluções conectadas com o futuro. Saiba mais seguindo nossas redes sociais, blog ou conversando com nossos especialistas!

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