Inadimplência é um dos fatores que impulsiona crise em grandes varejistas nacionais
Desde o início do ano o mercado tem sido surpreendido por grandes e tradicionais varejistas nacionais anunciando o encerramento de suas atividades ou pontos, com âncoras como Americanas, Tok & Stok, Saraiva, Marisa, Renner e Riachuelo entre as marcas em crise.
Fatores como má gestão, endividamento, inadimplência, mudanças de hábitos de consumo, alta carga tributária, concorrência desleal com varejistas estrangeiros, juro alto e crédito restrito têm levado lojas tradicionais a grandes dívidas, falência e recuperação judicial.
Além destes fatores, redes também alegam que a reestruturação é um movimento comum de tempos em tempos, fazendo parte de uma estratégia que realiza avaliações constantes no mercado para a manutenção da competitividade. Mas, não há como negar que o cenário aponta para além.
E se isto é o que temos visto de grandes varejistas, não é diferente entre empresas de menor porte e regionais, que sofrem com a crise que chegou até a ser denominada como “Efeito Americanas”, pela rede ter sido a precursora das “más” notícias na mídia.
Segundo dados da Serasa Experian, no primeiro trimestre de 2023 o número de pedidos de falência subiu 44% em relação ao mesmo período de 2022 e em recuperações judiciais a alta foi de 37,6%.
A questão traz como consequência também impactos sociais, uma vez que estas varejistas são responsáveis por inúmeros empregos, principalmente os de entrada para boa parcela dos jovens.
O cenário tem sido desafiador já há alguns anos, culminando hoje no que temos visto. Mas, afinal, o que aconteceu com o varejo nacional que o levou a esta condição sensível?
Especialistas citam diversos fatores combinados, que vão desde situações macroeconômicas externas, até novos comportamentos do consumidor e má gestão interna. Confira alguns deles:
Juro alto e falta de crédito
O varejo está vendendo menos e seu crédito está mais caro devido aos juros altos. Bancos e instituições financeiras têm sido mais cautelosos ao negociar com varejistas empréstimos devido, principalmente, à alta inadimplência e à insegurança mercadológica que o setor atravessa. Com o crédito caro, o preço dos produtos fica caro para o cliente, impacta o consumo, atinge o fluxo de caixa, perde-se capital de giro e planos de recuperação ficam distantes de uma solução.
Famílias endividadas e mais cautelosas
Os juros altos também impactam o consumo, com o índice de endividamento e inadimplência das famílias sofrendo recordes históricos período após período. Outra consequência da crise financeira nos lares é a preferência ou necessidade de realizar compras à vista, diminuindo a utilização do crédito e, portanto, reduzindo o poder de aquisição (impactando ainda mais setores de alto valor que costumam usar financiamento ou parcelamento, como móveis).
Pandemia
Sim, ainda sentimos os reflexos da pandemia, tanto nos orçamentos domésticos quanto corporativos, em que muitos negócios precisaram alterar suas estruturas do dia para a noite (e contrair dívidas para isso) com o objetivo de manterem-se no mercado. Além disso, novos hábitos que tendem a permanecer, como home office e consumo digital, também trouxeram impactos para alguns setores, com menos pessoas circulando em centros comerciais, deixando muitas lojas e restaurantes vazios.
Gestão mal conduzida
Os erros de gestão têm causado um alto preço para o varejo. Além da própria pandemia ter obrigado muitos a se arriscarem, e consequentemente, errar, as mudanças aceleradas sociais e econômicas têm feito com que estratégias antes seguras, já não funcionem mais. Além disso, ainda há os casos em que a má gestão foi intencional e ligada a fraudes.
Não há dúvida que há um processo de readequação natural envolvido neste cenário de fechamento de lojas, que faz parte da evolução dos mercados dentro de novas perspectivas de consumo. Ainda sim, os números divulgados sobre as dívidas existentes no setor são sinal de alerta.
Outro ponto é que a crise no varejo gera consequências também ao setor produtivo e industrial, formando-se um círculo perigoso que precisa ser administrado com compliance e boas práticas de gestão. Ou seja, independente do setor econômico, se B2C ou B2B, todos são impactados e levam prejuízos quando uma engrenagem não vai bem.
O endividamento e a inadimplência das pessoas físicas frearam o consumo, que impactou o lojista, que reduziu suas operações com fornecedores, chegando à inadimplência entre parceiros comerciais.
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