LGPD e os impactos na relação das empresas e usuários com a tecnologia

Depois de um ano da vigência da Lei Geral de Proteção de Dados, o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI) publicou o relatório “Privacidade e proteção de dados pessoais” com indicadores sobre o cenário atual de adequação à lei e principais preocupações dos usuários.

O comitê, que é responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços de Internet no país, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. 

E sendo a internet um meio altamente representativo na gestão de dados, com o crescente uso de tecnologias pela sociedade nos últimos anos, a preocupação com a privacidade aumenta em igual proporção.

Nos últimos anos vimos a LGPD ser criada e entrar em vigor, praticamente junto à aceleração digital causada pela pandemia de Covid-19, o que trouxe uma necessidade muito rápida de adaptação por parte das empresas em diversos aspectos.

Como a LGPD impactou a relação das empresas e usuários com a tecnologia no último ano.

Basicamente, as três esferas analisadas apresentaram estes destaques:

USUÁRIOS DE INTERNET (universo 16 anos +)

Estão ainda mais preocupados com o uso de seus dados pessoais. Veja alguns dos apontamentos:

• 70% dos usuários realiza a verificação de segurança da página ou aplicativo, principalmente por meio do cadeado de segurança do navegador;
• 24% já buscaram atendimento para solicitações, reclamações ou denúncias sobre seus dados pessoais, sendo que o canal mais mencionado foi a própria empresa ou órgão público controlador do dado (80%) seguido pelos órgãos de defesa do consumidor, como os Procons (48%);
• 67% estão preocupados ou muito preocupados em comprar pela internet;
• 59% têm muita preocupação ao acessar aplicativos de bancos;
• 65% estão preocupados ou muito preocupados com biometria na coleta de dados;
• 77% dos usuários já desinstalaram aplicativos do celular por insegurança quanto à proteção dos dados, enquanto 69% deixaram de visitar algum website, 56% deixaram de utilizar algum serviço ou plataforma na Internet e 45% deixaram de comprar algum equipamento eletrônico pelo mesmo motivo. 

EMPRESAS

Estão empregando pouca dedicação ao assunto, principalmente as de menor porte:

• 37% afirmaram manter dados de funcionários terceirizados, ao passo que 67% mantêm dados de parceiros e fornecedores;
• 36% afirmaram ter realizado reuniões específicas sobre o assunto, sendo mais presentes nas grandes (73%) e médias empresas (59%);
• 23% afirmaram contar com área ou pessoal dedicado; 
• 30% realizaram teste de segurança contra vazamentos de dados;
• 17% nomearam um encarregado de dados;
• 24% criaram um plano de adequação à LGPD;
• 32% desenvolveram uma política de privacidade que informa como os dados pessoais são tratados pela empresa;
• 13% elaboraram algum relatório de impacto à proteção de dados pessoais.

ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS

O relatório apontou que ainda há muitos desafios na aplicação da lei, com muitas desigualdades entre as diferentes instituições públicas, e que alguns avanços podem ser sentidos, como a existência de mais canais online para recebimento de solicitações da sociedade. 

Como pudemos ver, a adequação à LGPD está caminhando a passos lentos dentro das empresas, enquanto a preocupação dos usuários é um fator crescente. Além da perda de oportunidades de negócio geradas pela falta de confiança, a não conformidade com a lei também traz prejuízos financeiros e de imagem às empresas, por meio de multas e sanções que já estão sendo aplicadas.

A fintech HoldBrasil possui um núcleo de consultoria empresarial que integra especialistas no assunto LGPD. Esses profissionais identificam os pontos necessários à adequação e elaboram planos de ação que orientam a empresa na sua implementação, oferecendo o apoio e o suporte necessários para que estejam dentro das determinações da Lei. 

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