Previsão do endividamento 2023 continua alta após recorde do ano anterior

Previsão do endividamento 2023 continua alta após recorde do ano anterior

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) – “Perfil do endividamento anual 2022”, realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostrou recorde no total de endividados no ano passado, nas duas faixas de renda. 

Mulheres, pessoas jovens, com 2º grau completo e renda média e baixa formam o perfil dos consumidores que mais se endividaram. Já as mulheres, consumidores de baixa renda, com mais idade e menos escolaridade foram os mais afetados pela inadimplência. 

Com juros altos e piora no nível de endividamento, a proporção de famílias com dívidas atrasadas foi a maior em 12 anos: “Em 2022, 77,9% das famílias no País contraíram dívidas nas principais modalidades – cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, crédito pessoal, carnês, financiamento de carro, financiamento de casa e outros tipos de dívida. Em termos absolutos, a cada 100 famílias, 78 se endividaram, recorde da série iniciada em 2010. O crescimento anual de 7 pontos percentuais na proporção de endividados foi o quarto consecutivo e o maior já observado na pesquisa, que mostra aceleração no pós-pandemia”, relata o levantamento. 

Pela série histórica iniciada em 2011, houve uma alta de 7 pontos percentuais em relação a 2021 e de 14,3 pontos em relação a 2019 (antes da Covid-19), sendo que o índice mais baixo foi em 2018 com 60,3% das famílias endividadas. 

A Peic também mostrou recorde de superendividamento, com 17,6% entre os endividados se considerando muito endividados. Isso quer dizer que 2 entre cada 10 famílias de renda mais baixa estão com sua renda comprometida em mais da metade para conseguir pagar suas dívidas. Entre os endividados com maiores salários, o índice de superendividamento cai pela metade.

Porém, o relatório também destaca: “Apesar de, em termos absolutos, as famílias de menor renda serem mais endividadas do que as consideradas mais ricas, os avanços no volume de devedores no pós-pandemia e na última década foram mais expressivos entre os consumidores de maior renda.”

E continua afirmando que pela primeira vez na história da Peic, a proporção de endividados entre os mais ricos alcançou mais de 70% de consumidores desse grupo e que foi utilizado essencialmente o cartão de crédito para financiar despesas com a retomada do consumo de serviços, viagens e entretenimento fora de casa a partir de 2021. 

Colocando o relatório sob a perspectiva dos impactos da pandemia e pós-pandemia, a Peic explica o avanço no endividamento em duas faixas de renda:

  1. Famílias mais pobres: o crédito foi fundamental para recomposição da renda e suporte ao consumo de itens de primeira necessidade, diante dos efeitos da crise sanitária sobre o emprego formal e informal e da alta rápida e intensa da inflação. 
  2. Famílias mais ricas: a retomada do consumo reprimido durante o lockdown aumentou as dívidas deste grupo, que incentivado pelas inovações tecnológicas nos serviços financeiros, usaram mais crédito na aquisição de bens e serviços de forma geral. 

No segundo semestre de 2022 houve uma moderação no índice de endividados, o que ocorreu devido a uma evolução positiva do mercado de trabalho e às medidas transitórias de suporte à renda ao longo do ano (saques extraordinários do FGTS, antecipação do 13º salário do INSS e ampliação do Auxílio Brasil). No entanto, o alívio temporário na renda não foi suficiente para reduzir o comprometimento com dívidas. 

Já a inadimplência cresceu junto ao endividamento dos consumidores, diferente dos anos anteriores, o que aponta o cenário desafiador das dívidas para 2023. A inadimplência avançou em dois grupos de renda:

  • 46% das famílias mais pobres atrasaram dívidas por mais de 3 meses, sendo um índice histórico desde a realização da pesquisa, concretizando a inadimplência como um problema social.
  • 2022 foi o terceiro ano consecutivo de alta entre as dívidas atrasadas pelas famílias de maior renda, com aumento de 1,5 p.p. em 6 anos (em média 133 em 1000 atrasaram dívidas), provando que a inadimplência é um problema latente nos dois grupos.

Ainda, segundo a pesquisa, com a entrada das fintechs no mercado, o cartão de crédito se firmou como o meio que mais trouxe endividamento no ano, sendo citado por 86,6% das famílias. Apesar de ter a maior taxa média de juros do mercado, por ser fácil e imediato, tem a preferência dos brasileiros.

Especialistas afirmam que o cenário da inadimplência pouco deve mudar no primeiro semestre de 2023 e enquanto aguardamos a redução dos juros e da inflação, estabilização do câmbio ou novos programas que facilitem a renegociação de dívidas, a HoldBrasil segue apoiando uma recuperação de crédito ética e responsável, para que as relações de consumo possam se manter saudáveis e superar os desafios deste período de crise. Conheça nossos serviços inovadores e veja como minimizar os impactos da inadimplência no seu negócio.

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