Últimos dados sobre a inadimplência no Brasil

Birôs de crédito, como o Serasa e SPC, e associações comerciais e da indústria, todos os meses realizam mapeamentos sobre a inadimplência no Brasil. E as informações divulgadas continuam trazendo dados preocupantes. 

A última atualização do Mapa da Inadimplência Serasa é relativa a março e o levantamento apontou:

• Aumento do número de inadimplentes no Brasil em 0,81% em relação a fevereiro, sendo o terceiro mês consecutivo em crescimento. 
• O Brasil registrou 65,2 milhões de consumidores inadimplentes com R$265,8 bilhões de dívidas em atraso.
• O valor médio das pessoas endividadas é de R$4.046,31.
• As principais dívidas encontram-se nos setores: banco/cartão (28,17%), utilities – contas básicas como água, luz e gás (23,21%) e varejo (12,62%).
• Os brasileiros de 26 a 40 anos se destacam com 35,2% do total dos inadimplentes e os de 41 a 60 com 34,9%.

Já o relatório do Panorama do Comércio de maio de 2022 elaborado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), levantou que de acordo com a Confederação do Comércio, 77,7% das famílias têm alguma dívida, um recorde histórico. Na faixa de até 10 salários mínimos esse percentual chega a 78,6% das famílias.

E sobre o mercado de trabalho, avaliando os dados do setor de comércio, constatou-se um saldo negativo de criação de vagas entre janeiro e março de 2022: o número de demissões superou o de admissões, resultando no encerramento de cerca de 54 mil vagas. 

Segundo dados do Banco Central, as operações de crédito realizadas pelo Sistema Financeiro Nacional mostram que, em fevereiro de 2022, os novos empréstimos e financiamentos a pessoas físicas chegaram a R$207 bilhões e os de pessoas jurídicas a R$190 bilhões. 

O levantamento do CNDL em conjunto com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) também estimou que a inadimplência cresceu e atingiu 61,94 milhões de brasileiros, sendo que quatro em cada dez brasileiros adultos (38,45%) estavam negativados em abril de 2022. No mês, o volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 5,59% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Em alta contínua desde outubro, o número de inadimplentes vem subindo. O aumento dos juros, que encarece o crédito e faz as dívidas virarem bolas de neve se entram em atraso, dificulta o brasileiro de sair desta lista.

O desemprego elevado, a queda na renda média do trabalhador e os altos preços nos setores de produtos e serviço também contribuem diretamente para os dados preocupantes.

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