Drex, a nova moeda digital do Brasil.

Em 7 de agosto o Banco Central (BC) anunciou o nome oficial do Real Digital, Drex, com previsão de lançamento em 2024, após a fase de testes (que já estão ocorrendo).

O nome, segundo o BC, foi formado com letras que caracterizam a ferramenta: “D” de digital, “R” de Real, “E” de eletrônica e “X” que remete à modernidade e inovação, além de ser também ligado ao Pix, unindo o Drex à família do sistema de transferência que já é um grande sucesso.

A moeda digital poderá ser convertida para qualquer outra forma de pagamento e também usada para transações no dia a dia, funcionando como uma espécie de “Pix dos serviços financeiros” ao permitir a transferência de ativos financeiros também de forma imediata, segundo Fabio Araujo, coordenador do Drex no BC citado em publicação da InfoMoney.

A ferramenta que rebatizou o Real Digital é a versão nacional do Central Bank Digital Currency (CBDC), moedas virtuais que já estão sendo desenvolvidas em mais de 90 países para apoiar novas políticas monetárias.

O Drex tem paridade com o Real, ou seja, 1 Drex equivale a 1 Real, sendo a representação digital da mesma moeda, e vem para dar prosseguimento aos objetivos de digitalização da economia no Brasil.

Veja alguns tópicos informados pela Agência Brasil:

  • Qual a diferença em relação às demais criptomoedas?

As criptomoedas obedecem à lei da demanda e da oferta, com o valor flutuando diariamente, como uma ação de uma empresa. Sem garantia de bancos centrais e de governos, a cotação das criptomoedas oscila bastante, podendo provocar perdas expressivas de valor de um dia para outro.

Atrelado às moedas oficiais, o CBDC oscila conforme a taxa diária de câmbio, determinada pelos fundamentos e pelas políticas econômicas de cada país. A taxa de câmbio, no entanto, só representa diferença para operações entre países diferentes. Para transações internas, o Drex valerá o mesmo que o papel-moeda.

Outra diferença em relação às criptomoedas está no sistema de produção. Enquanto moedas virtuais como Bitcoin, Ethereum e outras podem ser “mineradas” num computador que resolve algoritmos e consome muita energia, o Drex será produzido pelo Banco Central, com paridade em relação ao real.

  • Qual a diferença do Drex para o Pix?

Embora possa ser considerado primo do Pix, por permitir pagamentos instantâneos entre instituições financeiras diferentes, o Drex funcionará de maneira distinta. No Pix, a transferência ocorre em reais e obedece a limites de segurança impostos pelo BC e pelas instituições financeiras. No Drex, a transferência utilizará a tecnologia blockchain, a mesma das criptomoedas. Isso permitirá transações com valores maiores.

  • Que serviços poderão ser executados com o Drex?

Serviços financeiros em geral, como transferências, pagamentos e até compra de títulos públicos. Os consórcios habilitados pelo Banco Central poderão desenvolver mais possibilidades, como o pagamento instantâneo de parcelas da casa própria, de veículos e até de benefícios sociais, conforme anunciado pelo consórcio formado pela Caixa Econômica Federal, a Microsoft do Brasil e a bandeira de cartões de crédito Elo.

O Drex permitirá o uso de contratos inteligentes. No caso da venda de um veículo, não haveria a discussão se caberia ao comprador depositar antes de pegar o bem ou se o vendedor teria de transferir os documentos antes de receber o dinheiro. Todo o processo passará a ser feito instantaneamente, por meio de um contrato automatizado, reduzindo o custo com burocracias, intermediários e acelerando as operações.

  • Como se dará o acesso ao Drex?

Prevista para chegar ao consumidor no fim de 2024 ou início de 2025, o Drex só funcionará como uma moeda de atacado, trocada entre instituições financeiras. O cliente fará operações com a moeda digital, mas não terá acesso direto a ela, operando por meio de carteiras virtuais.

O processo ocorrerá da seguinte forma. Primeiramente, o cliente (pessoa física ou empresa) deverá depositar em reais a quantia desejada numa carteira virtual, que converterá a moeda física em Drex, na taxa de R$1 para 1 Drex. Essas carteiras serão operadas por bancos, fintechs, cooperativas, corretoras e demais instituições financeiras, sob a supervisão do BC. Novos tipos de empresas com carteira virtual poderão ser criados, conforme a evolução da tecnologia.

Após a tokenização (conversão de ativo real em ativo digital), o cliente poderá transferir a moeda digital, por meio da tecnologia blockchain. Caberá ao receptor converter os Drex em reais e fazer a retirada.

A tokenização pode ser definida como a representação digital de um bem ou de um produto financeiro, que facilita as negociações em ambientes virtuais. Por meio de uma série de códigos com requisitos, regras e processos de identificação, os ativos (ou frações deles) podem ser comprados e vendidos em ambientes virtuais.

Testes.

A fase piloto da moeda digital é chamada de Piloto RD e os testes de desenvolvimento já estão ocorrendo desde março, com transações e clientes simulados, e vão até março de 2024, a partir de quando, se houver sucesso, a ferramenta passa a ser testada pela população.

Segundo o BC, “O Piloto RD é a fase de testes para operações com o Real Digital, em um ambiente simulado, sem envolver transações ou valores reais. Nessa etapa, o Banco Central avaliará os benefícios da programabilidade de uma plataforma de tecnologia de registro distribuído (Distributed Ledger Tecnology – DLT) multiativo para operações com ativos tokenizados.”

Ainda, segundo o BC, participam da fase de testes instituições autorizadas, com acesso direto a contas e passivo digital do BC; usuários finais simulados, por meio de depósito tokenizado, que é a versão digital de depósitos mantidos em instituições financeiras ou de pagamento; e Secretaria do Tesouro Nacional (STN), com a emissão de Títulos Públicos Federais e a liquidação de transações envolvendo esses títulos com Entrega contra Pagamento (Delivery versus Payment – DvP) no nível do cliente final.

O artigo já citado da InfoMoney reforça que a “estrutura” (banco de dados) mais conhecida com base na tecnologia DLT é a blockchain devido ao sucesso do bitcoin, porém, no piloto, a escolhida foi a plataforma Hyperledger Besu, uma rede blockchain baseada no ecossistema do Ethereum. “A primeira diretriz (para o desenvolvimento do CBDC nacional) é a utilização de uma plataforma de registro distribuído que permita o registro de ativos de diversas naturezas, um DLT multiativo”, diz Fabio Araújo, do Banco Central.

Os ativos testados no projeto piloto são os seguintes (fonte: Agência Brasil):

  • depósitos de contas de reservas bancárias;
  • depósitos de contas de liquidação;
  • depósitos da conta única do Tesouro Nacional;
  • depósitos bancários à vista;
  • contas de pagamento de instituições de pagamento;
  • títulos públicos federais.

Já a publicação da InfoMoney informa que são 16 participantes aprovados a partir do recebimento de 36 propostas de interesse pelo BC, onde o Comitê Executivo de Gestão (CEG) selecionou inicialmente 14 e adicionou mais duas participantes (Caixa e Mercado Bitcoin):

  • Bradesco, Nuclea e Setl
  • Nubank
  • Banco Inter, Microsoft e 7Comm
  • Santander, Santander Asset Management, F1RST e Toro CTVM
  • Itaú Unibanco
  • Basa, TecBan, Pinbank, Dinamo, Cresol, Banco Arbi, Ntokens, Clear Sale, Foxbit, CPqD, AWS e Parfin
  • Caixa, Elo e Microsoft
  • SFCoop: Ailos, Cresol, Sicoob, Sicredi e Unicred
  • XP, Visa
  • Banco BV
  • Banco BTG
  • Banco ABC, Hamsa, LoopiPay e Microsoft
  • Banco B3, B3 e B3 Digitas
  • Consórcio ABBC: Banco Brasileiro de Crédito, Banco Ribeirão Preto, Banco Original, Banco ABC Brasil, Banco BS2 e Banco Seguro, ABBC, BBChain, Microsoft e BIP
  • MBPay, Cerc, Sinqia, Mastercard e Banco Genial
  • Banco do Brasil

E o artigo da CNN Brasil reforça outros aspectos do Drex:

  • Segurança.

Sobre os riscos de fraude, o analista de criptomoedas da Quantzed Criptos considera que o brasileiro poderá utilizar a Drex nos sistemas dos bancos e do BC tranquilamente, uma vez que essa segurança está em responsabilidade das instituições de manter esse dinheiro seguro.

“A partir do momento em que a pessoa está utilizando o serviço do seu banco, com a retaguarda do Banco Central, toda a responsabilidade de segurança nessas transações são dessas instituições, e não do cidadão”, porém, para fugir de fraude com o Drex, o consumidor deve ter consciência e conhecimento de como funciona a plataforma e aguardar orientações do seu banco.

  • Custos operacionais.

Na live de divulgação do Drex, Fabio Araujo afirmou que o sistema terá um custo aos brasileiros: “Como está associado a um serviço financeiro, é natural que os custos da plataforma sejam partes deste serviço” e o BC informou em nota que “caberá à instituição definir o custo para o serviço ofertado, seguindo a regulação e considerando o ambiente competitivo, podendo mesmo ser gratuito ou significativamente inferior ao custo de serviço similar anterior à adoção do Drex”.

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