Reduz o endividamento corporativo no Brasil em 2022/23

As empresas brasileiras conseguiram reduzir significativamente seu nível de dívida líquida em 2022/23, de acordo com o último Índice de Dívida Corporativa anual da Janus Henderson publicado pelo Monitor Mercantil: em um ano em que a dívida corporativa global aumentou em 6,2%, as empresas do Brasil reduziram sua dívida em 6,6% em termos de moeda constante. 

A redução significativa de quase US$3,9 bilhões levou a dívida líquida das empresas brasileiras a atingir US$55 bilhões. Em contraste com o aumento da dívida líquida em outros países, o desempenho merece análise.

Uma das principais observações da pesquisa foi a queda notável na relação dívida/patrimônio líquido das empresas brasileiras nos últimos anos. 

No Índice de Dívida Corporativa deste ano, as empresas do país apresentam uma relação dívida/patrimônio líquido de 38%, abaixo dos 41% do ano anterior e muito abaixo do pico de 64% registrado antes da pandemia em 2019/20. Essa melhoria é um sinal positivo da saúde financeira das empresas no Brasil.

A redução na dívida líquida da Petrobras teve um papel fundamental nessa diminuição do endividamento das corporações no país. No entanto, é importante notar que os dividendos e recompras de ações da Vale aumentaram significativamente o endividamento, compensando em parte a redução da dívida.

Além do Brasil, é interessante observar o comportamento das demais nações do grupo BRICS. A Índia teve um aumento de 3,5% na dívida líquida, a China registrou um crescimento alarmante de 35% e a África do Sul viu sua dívida líquida subir assustadoramente em 51%. É importante mencionar que a Rússia não foi incluída na pesquisa.

A tendência nos mercados emergentes como um todo foi positiva, com um aumento de 19,5% na dívida líquida. Por outro lado, na América Latina, os níveis de dívida corporativa líquida aumentaram, com empresas mexicanas registrando um aumento de 8,6%, enquanto no Chile e na Colômbia, os aumentos foram de 16,6% e 25%, respectivamente.

A dívida corporativa global atingiu um novo recorde, com empresas de todo o mundo assumindo US$456 bilhões em novas dívidas líquidas em 2022/23, elevando o total pendente para US$7,8 trilhões em termos de moeda constante. 

No entanto, é importante destacar que uma parte significativa desse aumento na dívida líquida foi resultado de empresas como a Alphabet e a Meta utilizando parte de seus vastos recursos em dinheiro. 

A Alphabet, dona do Google, manteve-se como a empresa mais rica em dinheiro, enquanto a Verizon se tornou a empresa não financeira mais endividada do mundo em 2022/23 pela primeira vez.

James Briggs e Michael Keough, gerentes de portfólio de renda fixa da Janus Henderson, enfatizaram que, embora os níveis globais de endividamento tenham aumentado, eles estão bem sustentados e a economia global tem demonstrado notável resiliência. 

Além disso, a dívida total, quando excluídos os saldos de caixa, cresceu globalmente apenas 3% em termos de moeda constante, aproximadamente metade da média da última década. 

As taxas de juros mais altas começaram a reduzir o apetite por empréstimos, mas ainda não tiveram um impacto significativo nos custos de juros enfrentados pela maioria das grandes empresas.

Os lucros globais antes de impostos, excluindo o setor financeiro, aumentaram 13,6%, atingindo um recorde de US$3,62 trilhões em 2022/23, embora esse crescimento tenha se concentrado principalmente nos produtores de petróleo em todo o mundo. 

Alguns setores, como telecomunicações, mídia e mineração, tiveram lucros menores em comparação com o ano anterior. 

No entanto, o aumento global nos lucros impulsionou o capital acionário, mantendo a relação global dívida/capital acionário em 49% em relação ao ano anterior, apesar do aumento na dívida corporativa.

O impacto das taxas de juros mais altas tem sido relativamente limitado até o momento, devido ao fato de muitas grandes empresas financiarem suas dívidas com títulos de taxas fixas. 

Apenas cerca de um oitavo dos títulos são refinanciados a cada ano, o que contribuiu para um aumento de apenas 5,3% nos gastos com juros em termos de moeda constante em 2022/23, um aumento significativamente menor do que o aumento nas taxas de juros globais. Os juros ainda representam uma proporção historicamente baixa dos lucros, totalizando 9,2%.

No entanto, a situação varia regionalmente, com as empresas dos EUA, que dependem mais de financiamento com títulos, não registrando aumento significativo nos custos de juros. 

Por outro lado, na Europa, onde os empréstimos a taxas variáveis concedidos por bancos são mais comuns, os custos de juros aumentaram em cerca de um sexto.

No mercado de títulos corporativos, o rendimento mediano dos títulos emitidos por empresas com grau de investimento aumentou para 4,9% em maio, em comparação com os 4,1% do ano anterior e os 1,7% de 2021. 

Isso oferece oportunidades para os investidores em títulos garantirem rendimentos mais altos e aumenta a perspectiva de ganhos de capital à medida que o ciclo das taxas de juros se encaminha para cortes em 2024.

Embora o cenário econômico global possa apresentar incertezas, o fim do ciclo de aumento das taxas de juros e o retorno da renda representam motivos de otimismo para os investidores em títulos corporativos globais. 

O cenário econômico mundial e nacional começam a despertar otimismo e para que um novo ciclo de desenvolvimento se inicie em bases sólidas, é importante um olhar atento à gestão financeira do negócio, incluindo sua política de crédito e cobrança.

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